quinta-feira, 7 de maio de 2015

Livro de Jussara Hoffmann: Avaliação, mito e desafio.





Por: Simone S. Klein

 Resumo e considerações importantes sobre: 

Avaliação, mito e desafio.

1.      Avaliação e construção do conhecimento
·        “Ação classificatória e autoritária reflexo de sua história de vida como aluno”. Tomada de consciência dessas influências para construir novo significado de avaliação. Pg. 16
·        Não é avaliar: julgar valores dos resultados alcançados por prova, nota, boletins, conceito, registro, reprovação (p.19)
·        Equívoco de avaliar está nas exigências burocráticas da escola e do sistema (p.22)
·        Avaliar = problematização, questionamento, reflexão sobre a ação. Avaliar a ação educativa. (p.22)
·        “Avaliação é a reflexão transformada em ação”, reflexão permanente do professor sobre sua realidade”, p.24, e acompanhamento de todos os passos do educando na construção do conhecimento. Dinamizar oportunidades de autorreflexão ao construir SUAS VERDADES. P.27
·        Professor deve refletir sobre como o outro pensa (sem uso de gabaritos) p.28,29. Observar muito, interpretar o que observa, questionar-se e questionar os alunos são práticas avaliativas na perspectiva mediadora p.33.
       

2.      Avaliação: mito e desafio (p.35)
·        Mito: decorrente de sua história = sentencivo, controle e autoritarismo.
·        Desafio: superar essa história e ser mediadora
·        Ação-reflexão-ação (p.36) oportunizar-lhes desafios significativos de aprendizagem.
·        Influência dos estudos norte americanos sobre avaliação educacional a partir de 1960 “avaliação por objetivos” (P.51). Modelo de Ralph Tyler enfoque dna mudança de comportamentos delineados pelos objetivos previamente definidos pelo professor.
·        Instrumentos de verificação e critérios de análise de desempenho final: correção de tarefas diárias dos alunos e registro de resultados. (P.53)

3.      Imprecisões da terminologia: o significado do testar e do medir
·        Cabe refletir as questões que seguem (p. 58 e 59):
-Todo teste envolve obrigatoriamente medida?
- Sempre medimos por meio de testes?
- A medida serve para descrever atitudes dos alunos?
- Toda tarefa do aluno pode ser considerada um teste?
- A expressão medida, com o tempo, passou a adquirir uma conotação ampla e difusa.
- Estabelecem-se notas e conceitos por métodos impressionistas ou por comparação, incorrendo em arbitrariedades.
- Os conceitos, nas escolas, tendem a ser uma transposição de médias e notas.
-A medida assume, muitas vezes, papel absoluto nas decisões de eliminação.
·        Cada professor tem um critério. Varia, não pode ser lei.
·        Que critérios são usados na correção das redações? E os exames externos são dados corretos?
·        Alguns utilizam o método de correção onde o melhor tem a nota máxima e os outros serão comparados com este parâmetro.
·        Escolanovismo – os conceitos passam a fazer parte dos regimentos escolares mas estes conceitos tendem a ser uma transposição de médias e notas, com valores numéricos. (P.65) A adoção de conceitos significa uma maior amplitude em termos de representação, pode ajudar a evitar o estigma da precisão e a grande arbitrariedade decorrente do uso abusivo das notas. (p.68)
·        Devemos nos perguntar sempre:
- Por quê? Dar notas, por quê?
- A que propósito servem tais procedimentos, se os levam as a incorrer em prejuízo aos alunos de todos os segmentos de ensino? (P.70)
- Em que medida o teste ou a tarefa propostos possibilitam aos alunos a organização de ideias de forma própria, individual?
- O crescimento realizado permite a construção de variadas alternativas de solução?
- Qual a relação que o teste ou a tarefa sugerem com esta e outras áreas do conhecimento?
- As ordens dos exercícios são suficientemente claras, esclarecedoras aos alunos em termos das possibilidades de resposta? (P.74)
- Qual o significado de determinadas respostas dos alunos do processo de aprendizagem?
- Como partir do conhecimento produzido até esse momento para auxiliar o aluno a ir além, a ampliar o seu saber?
“Ser educador hoje em dia implica interrogar-se sobre o significado dos erros, para poder repensar uma didática científica” (Vergnand, in CASTORINA, 1988, p.44) P.78
·        “A contagem de acertos e erros é reducionista em avaliação. Impede o professor de “levar em conta” relações possíveis entre as respostas do aluno, na medida em que cada resposta é analisada/corrigida de forma estática, com valor apenas em si mesma, sem complementações possíveis, sem correlações. Em seu caráter de investigação, o teste é um dos elementos importantes de análise de aprendizagem e deve ser feito frequentemente. Testes e/ou tarefas menores, frequentes e gradativas fazem parte de um processo avaliativo mediador. Sobre a ação de ambos os sujeitos envolvidos no processo educativo: aluno e professor. Também é um instrumento de investigação” (P.77)

4.      Avaliação como mediação
·        O que os alunos compreendem de fato? Por que não compreendem certas noções? (P. 84)
·        Avaliação é uma das mediações pela qual se encoraja a re/organização do saber.
·        Avaliação mediadora é ação, provocação, diálogo tendo em vista a evolução, superação dos alunos. Envolve um complexo de processos educativos visando ao entendimento, produção do saber e compreensão (tomada de consciência sobre o que executa), descobrir as razões das coisas.
·        Avaliador acompanha com muito rigor toda a produção de conhecimento do aluno com apoio permanente, amoroso, para promover a sua superação, favorecendo a iniciativa e a curiosidade no perguntar e no responder e construindo novos saberes junto com os alunos. (P.97)
·        Estratégias de correção: devem construir para possibilidade dos alunos retomarem suas hipóteses e reelaborálas. Ver a evolução dos alunos nas tarefas onde privilegie o entendimento e não a memorização. (P 98)

5.      Avaliação na Educação Infantil?
·        Observação e reflexão permanentes sobre as manifestações das crianças para acompanhar o seu processo de construção do conhecimento. Perceber a criança como o centro da avaliação avaliativa, valorizando as diferenças entre elas, seu desenvolvimento e sua espontaneidade.
·        Profissionais devem ter formação adequada
·        Acompanhamento reflexivo sobre a ação da criança: Oportunização, pelo professor, de exploração de objetivos ou vivência de situações pela criança;  - Repetição e/ou variação da exploração de objetos e/ou situações; - Introdução de novos conceitos ou situações que propiciem o estabelecimento de relações com as anteriores. O professor observa as ações, dialoga e faz a reflexão. O registro e o diálogo com os pais é necessário nesta proposta de avaliação. (P. 131.)

6.      Por uma ação libertadora
·        Ação coletiva e consensual
·        Concepção investigativa, reflexiva
·        Proposição de conscientização das desigualdades e todos os envolvidos na ação educativa
·        Privilégio à aprendizagem significativa
·        Consciência crítica e responsável de todos sobre o cotidiano.
·        Por que avaliamos, em benefício de quem?
·        Conselhos de classe: sugerir alternativas aos alunos para sanar as dificuldades, cooperação entre os envolvidos e preferencialmente fazer no início e no meio do processo.

Sempre é válido repensar a avaliação, a autora faz esta reflexão de uma maneira clara e simples. Faz com que a gente se questione sobre os métodos usados para avaliar e sobre sua importância ao professor e ao aluno. A avaliação sempre é um caminho "de duas vias", o aluno é avaliado e a didática do professor também. Depois de ter os resultados da avaliação temos que agir em benefício da construção da aprendizagem. Talvez precisa-se modificar alguns métodos para alcançar os objetivos propostos.

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